EscreViver

Foi uma noite mágica. De sonho. De emoções fortes. Magnífica. Maravilhosa. Inesquecível. Um momento que vou querer recordar para o resto da vida porque o lançamento de um primeiro livro só acontece, mesmo, uma vez. Cheguei à Biblioteca Municipal pelas 20h30’ ainda estava tudo calmo, apenas tinham chegado os elementos da minha editora, o editor Vítor da Rocha e a relações-públicas Elvira Santos, que tive logo oportunidade de conhecer pessoalmente (depois de 2 meses de troca de emails e telefonemas para a preparação de tudo isto), assim como os meus pais, inicialmente tinham tanto receio que o projeto avançasse com medo de que a editora não fosse honesta. Mas pelo que puderam ver a editora é do mais honesto que há e ficaram muito bem impressionados, sem gabar-me muito, mas a editora tem sido incansável e são muito simpáticos e prestáveis. Estivemos um bom bocado a conversar, eles são espetaculares, acho que não podia ter arranjado melhor editora que esta, e acho que o evento não poderia ter corrido melhor. Foi perfeito mesmo. Foi tudo pensado e organizado ao pormenor pela editora e pela biblioteca, não estava nada a espera do que vi, fui completamente surpreendida assim como quem lá esteve.

Entretanto chegou também o músico Bruno Nunes da Academia de Artes da minha cidade que nos presenteou a todos com uma brilhante abertura da cerimónia de lançamento, tocou duas músicas jazz ao saxofone. Foi a escolha da música perfeita, sou fã do Kenny G e enquanto houve o impasse relativamente a quem iria tocar no evento já tinha pensado que, caso não conseguisse arranjar ninguém colocaria um computador com um disco do Kenny G. como música ambiente mas pelos vistos não foi preciso, tivemos um verdadeiro Kenny G. português. Que fez um brilharete, adorei ouvi-lo tocar.

As 21h aproximavam-se, que ansiedade, as pessoas foram chegando, foram comprando o livro vieram cumprimentar-me, felicitar e pedir alguns autógrafos, agora percebo melhor como a vida de um artista (seja cantor, escritor, ator etc…) é complicada, lidar com tanta gente ao mesmo tempo, uns a cumprimentar e a felicitar, outros a pedir autógrafos não é fácil. Uma pessoa que está fora do meio não consegue imaginar muito bem o que é, mas eu agora, já começo a perceber, mas penso que lidei bem com a situação. Pelo menos ninguém se queixou. Todos levaram um autógrafo e uma dedicatória como me pediram, uns antes do evento, outros depois, não dava para ser tudo antes porque o evento tinha mesmo que começar, a Biblioteca tinha que fechar cedo para poder arranjar o auditório para a ação de formação que ia haver no dia seguinte.

Pelas 21h30’ começou a apresentação, a sala encheu completamente, fiquei muito contente, estiveram no auditório mais de 100 pessoas, entre amigos meus, dos meus pais e família, funcionários da biblioteca e editora, não estava mesmo nada à espera de ver a sala tão cheia, confesso que me senti muito orgulhosa por haver tanta gente interessada em conhecer o meu livro, as minhas palavras e o que tenho para dizer. Foi emocionante. Falou em primeiro lugar o editor da “Mosaico de Palavras”, Vítor da Rocha, que me fez uma homenagem (pelos vistos é habitual ele fazer isto a todos os autores que lançam livros nesta editora) através de uma apresentação em Power Point, fiquei bastante emocionada e sentida com este gesto, a apresentação estava extremamente bem feita. Adorei.

De seguida falou o representante da Câmara Municipal, Dr. António Ramos, depois a professora Ana Glória, que fez a apresentação do livro, que também adorei, dedicou-me dois poemas (“Ser Poeta é” da Florbela Espanca e outro da Sophia de Mello Breyner Andresen) e leu um texto feito por ela também sobre mim e sobre o livro, que me ofereceu no final. Leu também 3 poemas do meu livro, “O Abraço”; “Ser Simples”; e “O Encontro”, que emocionaram o público. Eu li, no fim, o poema “Uma Noite Para Comemorar” que escrevi propositadamente para o lançamento do livro, para dedicá-lo a todas as pessoas que estiveram presentes e como forma de agradecer-lhes. A maioria das pessoas eram colegas de trabalho dos meus pais, pessoas que me conhecem desde pequena, que não esperavam que eu lançasse um livro, foram um pouco surpreendidos, isto porque achavam que eu era demasiado reservada e tímida para uma coisa destas. Falar para 100 pessoas não é fácil (agora percebo a sensação que é quando um artista pisa um Coliseu, ou um palco mundo do Rock in Rio, onde está perante tanta gente, é qualquer coisa de inexplicável, só de sabermos e imaginarmos que está ali tanta gente para nos ouvir e ver é mesmo arrepiante), tinham receio que eu falhasse, que algo corresse mal, mas correu tudo muito bem, o feedback foi positivo a maioria das pessoas gostou muito de me ver e ouvir falar. Fiquei contente em saber isso, consegui ultrapassar mais um obstáculo, o que é muito bom, as aparências iludem, só por eu ser tímida e reservada não quer dizer que não seja capaz de fazer isto. E eu mostrei que sou capaz, agarrei este grande desafio com unhas e dentes e, modéstia à parte, acho que consegui brilhar um bocadinho.

Depois falei eu, já levava o discurso pronto, foi mesmo só ler e tentar improvisar um bocadinho também, nem sei como consegui enfrentar tanta gente, 100 pessoas que estavam à minha frente, não estou muito habituada a falar para tanta gente, mas acho que o desafio foi mesmo superado, não foi fácil, mas acho que consegui, tentei manter-me calma ao máximo e acho que correu bem, pelo menos o feedback que recebi no fim foi muito positivo, até os meus pais ficaram surpreendidas pela forma como reagi a todo este desafio. Encarei-o de frente!

Foi incrível poder partilhar algo tão meu com as pessoas. Um livro que foi praticamente todo construído em segredo, não disse nada a ninguém, só quando ja ia assinar o contrato editorial. Adorei acompanhar todo o processo de criação do livro, passar de leitora a autora, ver nascer algo meu, escrito por mim. Poder tocar-lhe. É Inexplicável.

Depois o músico Bruno Nunes voltou a tocar saxofone, enquanto eu dava autógrafos novamente, eram 23h quando tudo terminou, ainda estive a tratar de algumas coisas com a editora.

Agradeço a todos os que lá estiveram, aos que não estiveram, mas que apesar de tudo nunca se esquecem de mim, seja, ontem, hoje, amanhã ou mesmo num dia tão especial para mim, mesmo que não possam estar presentes. Ao Miguel que foi quem teve a brilhante ideia de me dizer para eu pensar em compilar os poemas em livro e para experimentar enviar alguns para algumas editoras para serem avaliados, obrigada por acreditares no meu potencial desde sempre, obrigada pelos GRANDES conselhos, pela amizade, pela força, pelo incentivo em seguir em frente e para nunca desistir disto, “obrigando-me” sempre a lutar por mais e mais, até chegar ao objetivo, a este objetivo final, obrigada pelo apoio a este projeto e a este meu sonho. Sem esta ideia talvez nada disto fosse o que é hoje. A ideia podia ser doida antes, mas agora, faz todo o sentido, e definitivamente fez-me bem ouvi-lo porque tudo isto tinha realmente pernas para andar.

Obrigada, também a todos aqueles que leram e opinaram sobre os poemas e que conhecendo-me ou não também me apoiaram desde o início. Foi uma noite inesquecível e memorável.

Mostro-vos agora alguns pedacinhos marcantes dessa noite:

Até ao próximo post,